MARCAS DO CORAÇÃO

 


Dizem que na nossa vida pessoal o amor é um sentimento duradouro, em que se desenvolve um forte apego por alguém, levando-nos a querer proteger essa pessoa a todo o custo, dizem que quando o amor é verdadeiro esse sentimento de proteção pode levar-nos a, no limite, arriscarmos a vida por essa pessoa. Já a paixão, embora intensa é muito mais fugaz e limitada no tempo e depois de passar a primeira fase de encantamento rapidamente se desvanece.

A nossa relação com as marcas é muito parecida com os sentimentos que nutrimos pelas pessoas, e embora nem sempre se tenha consciência disso o que é certo é que desenvolvemos sentimentos pelas marcas, que nos condicionam a compra.

Em Portugal, talvez o reconhecimento publico mais antigo que existe sobre o valor das marcas seja gerido pela revista The Reader’s Digest, que afirma chegar a 40 milhões de pessoas, em mais de 70 países, em 21 línguas diferentes e também à versão braille. Uma revista com mais de 95 anos, afirmando ser a revista com maior circulação paga e uma das quatro mais lidas do mundo e que gere, há mais de 20 anos, o estudo “Marcas de Confiança”.

A escolha da palavra confiança é bastante importante. Pensemos mais uma vez, e para ser mais fácil, nas relações interpessoais. A confiança em alguém é algo muito sensível, instável, depende de múltiplos fatores e sensibilidades, é difícil de manter e facilmente se quebra. A quebra da confiança determina a quebra da relação, podendo até alastrar-se, se aquela pessoa, que se sente defraudada, resolve partilhar a sua insatisfação com o seu núcleo próximo de influência.

A falta de confiança conduz ao encerramento de relações pessoais, deita por terra políticos e arruína marcas, tudo porque o excesso de expectativas, e consequente não correspondência leva a um sentimento de deceção que acarreta danos muitas vezes irrecuperáveis ou depois do prejuízo, a um processo longo e de grande investimento. A insegurança criada é muito difícil de ser recuperada.

A relação de confiança das marcas com as pessoas, que leva ao sentimento de pertença, é uma construção continua, consistente e transparente por parte da marca, que assenta na transparência, na proximidade, na partilha de valores, na interação, no ir para alguém da expectativa, na antecipação de vontades, na dedicação e na entrega. O cliente, quando sente que a marca se preocupa consigo, corresponde com a recomendação e a fidelização, o que tem um impacto muito direto nos resultados das vendas.

Para consolidar este processo, a marca precisa de conhecer o sue cliente, para depois poder estar realmente próximo dele, precisa de o ouvir, de lhe entregar o que ele procura, antecipando necessidades e preenchendo vontades.        

A comunicação regular e consistente é muito importante, mas se o que o cliente vir no site, não estiver alinhado com as redes sociais e com os sentimentos de quando está em contato direto com a marca, se não existir esta consistência, o sentimento de desconfiança instala-se.

Nas relações entre as marcas e os clientes é preciso por um lado, um trabalho constante de, através de ações, para demonstrar os valores pelos quais a marca se rege e, por outro lado, ter em consideração a importância da previsibilidade o que diminui as incertezas e reforça a segurança e a confiança.

Para construir uma marca forte, que se diferencia no mercado, é preciso tempo, sentimento e foco. Para construir uma marca forte não basta um nome pomposo e um logotipo impactante, o nome e a imagem visual não são a marca, são a representação da marca, o poder da marca está no seu DNA, na sua identidade, na empatia que gera nos outros, no poder que tem para marcar e assinalar a diferença junto dos seus clientes


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