UMA PALAVRA NÃO SABE O BEM QUE LHE FAZIA
Este ano, em janeiro, fizemos um exercício de grupo com
empresários.
Num evento de arranque do ano, cada um foi convidado a
escrever num azulejo a palavra-chave que escolhia para esse ano, o azulejo,
depois de pronto foi entregue para ficar na secretária e servir para alinhar
cada um e colocar o foco em tempos de dúvidas.
Esta dinâmica, para além de funcionar enquanto momento de
team building, tem sobretudo impacto ao longo dos longos 12 meses de desafios
que se colocam a cada um de nós. O que se espera é que ao olhar para o azulejo,
este acione o gatilho das memórias e nos leve de volta aos pensamentos que nos
levaram a escolher aquela palavra.
Este exercício pode ser feito individualmente por cada um, com
a escolha de uma única palavra, que nos motive e nos realinhe nos nossos princípios
e valores.
No final do ano, para fechar o ciclo, volte a olhar pela
ultima vez para a palavra escrita no azulejo ou num papel fixado no seu quadro
no escritório, reveja e escreva, se possível mês a mês, o que se passou em cada
período de tempo que o levou a se afastar dos seus objetivos de janeiro.
Analise também qual a decisão que tomou, se escolheu voltar a alinhar-se com a sua
palavra-chave ou esquecer completamente o compromisso consigo próprio.
Depois disto guarde o azulejo e encerre o ciclo, no novo ano
poderá começar tudo de novo.
Fiz este exercício este ano numa reunião que aconteceu poucos
dias depois do funeral da minha mãe. Quando precisei escolher a palavra-chave lembrei-me
dela que dizia tanta vez, “que a nossa fé no salve”, e foi esta a palavra
escolhida, FÉ.
Fé não no sentido religioso, mas no sentido de acreditar sem
ver em tudo de bom que estava por acontecer.
Estamos em outubro, mal sabia eu em janeiro que 2024 haveria
de ser ainda mais desafiante do que o primeiro ano do Covid e que eu seria
obrigada ao longo do ano a tomar tanta decisão não por acreditar que fosse o
melhor para mim, mas por não ver melhor alternativa.
Tenho feito tantas escolhas que parecem não ter fim, tenho
visto partir mais do que chegar. Este ano já vivi o melhor e o pior, já me vi
cheia de carinho e sozinha a embalar uma vida. Não me lembro de marcado tantas
vezes a minha posição e de ao mesmo tempo me ter mantido tão calma porque mesmo
que não sejam as melhores, tenho de aceitar as minhas escolhas. Ao longo destes
anos, primeiro o azulejo no meu escritório e agora o mesmo azulejo dentro de
uma caixa, de tantas tantas caixas onde está embalada a minha vida, em
suspenso, à espera.
Não poderia ter escolhido melhor palavra para este ano – FÉ!
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