QUANTOS TURISTAS CABEM NA SUA VIDA?

 


O turismo de massas pode ter o impacto de uma praga de gafanhotos que ao passar tudo devora e deixa pouco para quem reside na região.

Quando comecei a falar sobre isto diziam-me que era muito radical e que o retorno financeiro era importante para o país e que própria estava a ser egoísta porque até trabalhava em aviação pelo que contribuía e muito para o turismo de massas.

Sempre tive dificuldade em explicar que era importante tirar os turistas de Lisboa e Porto, espalhá-los pelo país, porque temos a sorte de ter um país pequeno e com uma diversidade social e cultural fabulosa.

Às vezes não vale a pena insistir porque as pessoas precisam vivenciar o que são locais cheios de turistas, o impacto que isso tem nas infraestruturas, nos preços, na qualidade de vida e em tanto mais, levando a uma sobrecarga brutal e a que se perca a identidade e de seguida, os próprios visitantes escolham outros locais, menos sobrecarregados, mais originais, com pessoas bem-dispostas, frescas e de sorriso pronto no rosto.

Na minha vida cabem todos os turistas que procuram lugares exclusivos, programas feitos à medida e ajustados em tempo real às suas necessidades, que querem ser surpreendidos, que querem serviço e pagam para ter tranquilidade e tempo de qualidade em família.

Podemos dar nomes bonitos como Local Celibrity ou podemos escrever que prestamos serviços de consultoria de turismo, o que interessa é que fruto das mudanças no mundo, surgem novas oportunidades para quem conhece o território como a palma da mão e tem experiencia de relacionamento com este segmento que procura mais do que experiencias turísticas, procura serviço, procura a capacidade de antecipar vontades, procura o luxo da simplicidade e no final de tudo, quando regressam a casa, levam consigo o que o dinheiro não pode comprar e vão assim mais ricos.

Esta é a minha forma de ver o turismo, fazer de cada visitante um amigo e dar-lhe o que ele não tem casa. É por isso que recebo fotografias e mensagens, especialmente dos Estados Unidos, de pessoas que nos visitam e nos levam no coração, e levam experiências, e sorrisos, e vontade de realizar sonhos, e abraços, e pequenos presentes que representam pedacinhos de Portugal.

Não me parece que se esteja com turismo a mais, estamos é a ser pouco exigentes, a prestar um serviço aquém da nossa capacidade, a aceitar o mais fácil que é copiar os outros e aceitar perder a nossa identidade.

Ainda vamos a tempo, temos é de aprender a nos valorizar e a ter orgulho na nossa identidade  

 


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